Cr 037 - Normalizemos

Às vezes somos atraídos pelo que nos falta,  noutras pelo que não compreendemos, como se houvesse necessidade de nos completarmos como pessoa. Aparentemente.

A falta que pode nos fazer alguém é uma arma apontada para a própria cabeça, quando as outras pessoas escolheram se ausentar. Ninguém é obrigado a estar próximo de outros que insistiram em oferecer o desprezo.

As relações sociais são pautadas, em sua maioria, pela utilidade. Se você mostrar disponibilidade para os propósitos alheios, será sempre chamado para algo. As pessoas gostam da utilidade dos outros e não das pessoas em si.

Expressões simples como "Tudo bem?" ou "Tudo bom?" perderam a necessidade de resposta. Ninguém está interessado em saber como você está, pouco lhes importa saber. Tanto é que, a seguir à essas perguntas, logo dizem o que querem ou, ouvem a mesma pergunta de volta e ambos deixam de saber como de fato um e outro está.

Normalizada a indiferença em relação aos outros como prática social.

Por vezes se justifica isso como "falta de tempo"... mas, a origem não explica condicionantes e tempo é um deles.

Quanto dura aquele segundo onde você cortou o dedo? Pelo tempo da dor... Quanto dura o sorriso da pessoa amada em sua memória? Pode ser uma vida.  

Então, resta normalizar a indiferença dos corações embrutecidos. "E quem se importa?" Ninguém, com certeza!

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